30 de novembro de 2009

ESCOLHAS

Ao desenrolar da vida fazemos escolhas. São caminhos que decidimos trilhar, rumos que damos aos nossos dias. As escolhas nos trazem conseqüências e nos direcionam à novas trilhas. Conscientemente ou inconscientemente, por ação ou omissão fazemos escolhas. Algumas importantes, no qual precisamos pensar bastante a respeito, outras apenas corriqueiras, operacionais. Às vezes é difícil, porém indispensável optar por dirigir nossas vidas, sem deixar que ela seja um barco sem rumo no imenso oceano. As escolhas nos fazem assumir responsabilidades, crescer, amadurecer; elas são diárias, portanto, as oportunidades para novos rumos, também. Somente as escolhas nos permitem tomar as rédeas de nossa vida, ser autores da nossa própria história, e não vítimas das conseqüências que nossas escolhas nos trouxeram. “Ou isto ou aquilo”, como disse Cecília Meireles... as escolhas fazem parte da nossa evolução, que é um processo ininterrupto, e consequentemente não é possível deixar de faze-las, embora essa também seja uma escolha.
Patrícia Azevedo.

14 de novembro de 2009

SUPERFICIALIDADE

Um sorriso no rosto que nunca se desmancha, um salto agulha que nunca me cansa, a auto confiança que ao meu parecer é irredutível. Pele esticada para disfarçar a idade, depressão porque o vestido não serve, inertes à emoções.. tudo pra não borrar a maquiagem! Fazer o bem? Sim, tenho a preocupação com os necessitados... aqueles menos favorecidos que imploram por minha “bondade” e os ajudo com o resto que me sobra. Acho que assim estou garantindo meu espaço no céu. O céu? É apenas um lugar reservado para os bons, aqueles que ajudam e fazem o bem aqui na terra. Amigos? Não sei bem o que é isso. Dizem por aí sobre o amor, a união, o companheirismo... pra que isso tudo quando se tem dinheiro?! Quando o tenho vou para onde quero, tenho o que quero e as pessoas que me interessam. São os contatos, eles que me rodeiam e são minhas marionetes, eu comando! Eu tenho o poder em minhas mãos, o dinheiro possibilita que meu mundo seja melhor! Preocupação? A única que me atormenta é a falta dele. Meu mundo acabaria! Deus? Apenas Aquele que cuida dos que precisam, eu não preciso Dele... Não acredito no que falam a respeito disso, afinal não é do meu interesse. O meu orgulho interior não me possibilita render-se a uma pessoa que não conheço. Ah! O orgulho... é minha satisfação por ser quem sou; afinal tenho o mundo em minhas mãos!

A festa acabou, volto para casa... não tenho ninguém além do silêncio e o eco dos meus passos. Desço do meu salto e me arrasto até o sofá. Minha cabeça é um turbilhão de pensamentos... percebo que minha carruagem se transformou em abóbora. Me dou conta de que mandando um certo valor à uma ong de ajuda aos pobres não compro meu passaporte pro céu. Será que eles são um pouco felizes com o dinheiro que lhes enviam? Lembro-me de uma vez que os fui visitar. Aqueles sorrisos, ainda posso ouvir o som daquelas gargalhadas, parecia ser tão.. real! Me pergunto como conseguem extrair de tanta pobreza, a alegria?! Agora vejo que aquele creme anti-rugas não era a fórmula da felicidade. A felicidade... não sei o que é isso. Penso que comprando o que eu quero posso tê-la, mas ela escapa entre meus dedos. Quanto mais o valor da minha conta cresce, mais o meu banco de felicidade se esvazia... se ele ainda existe. Penso no céu às vezes e percebo o quanto tenho sido fútil... faço o bem para ter o status, piso em quem está abaixo de mim e desprezo quem não me interessa. Deus... quem me fala sobre Ele parece ser tão feliz! Uma vez fui à uma igreja, mas meu orgulho não deixou render-me aquela palavra; minha maquiagem não poderia ser borrada por aquela emoção que surgia em meu interior, fazendo-me chorar desesperadamente, aos soluços, pedindo ajuda... por dentro. Orgulho... vejo o quanto ele me atrapalha. Sou cheia dele, e me dou conta de que ele é o sujo que preenche meu coração. Queria sair por aí e declarar que toda essa minha aparência não se passa de uma máscara, uma casca que esconde um interior sujo, pecador, que precisa de ajuda! Vejo que preciso de Deus mais do que qualquer coisa... seria capaz de vender tudo o que eu tenho para tê-lo, se ele me possibilitar ter felicidade... e aqueles que me cercam? O que vão pensar de mim? Não, não vou me render... prefiro viver dessa superficialidade, aliás ninguém sabe o que realmente está dentro do meu coração... a não ser Aquele de que tanto preciso, Deus. Não sei por quanto tempo vou resistir.
– isso se encaixa à sua realidade?

Patrícia Azevedo.

10 de novembro de 2009

MÁRIO QUINTANA.

"E que fique muito mal explicado. Não faço força para ser entendido, quem faz sentido é soldado."