6 de março de 2011

Lar, doce lar


16/01/2011

Uma noite de terça-feira corriqueira se não fosse o fato de que sua casa; seu lar, doce lar; se desmoronasse. Para outros esta mesma noite de terça-feira foi recheada de cerveja e muita dança para comemorar a entrada em uma outra casa.
Os heróis que viram suas casas carregadas por toneladas de barro não foram os que tiveram prestígio e destaque no mundo global. Os heróis para eles são aqueles que abrem mão de sua "privacidade" pelo conforto da casa e fama momentânea. E quem sabe alguma revista para posar ou alguns convites para festas vip's certo tempo depois. Os heróis que morreram soterrados junto com seus sonhos e histórias e outros que abriram mãos de suas vidas para salvar quem ao menos sabia o nome, para o mundo global, só servem para preencher o intervalo do plantão.
As câmeras devassam o espaço de confinamento e saciam os olhos atentos dos espectadores que deitados no conforto de seus sofás dão uma "espiadinha" na casa. Ainda hoje os verdadeiros heróis dormem amontoados em colchões no chão nos abrigos comunitários dividindo sua privacidade e também histórias que agora ficaram na lembrança, não por dinheiro, holofotes ou flash's, e sim pela necessidade, gratos por ainda terem fôlego para respirar. O lixo e sujeira dos desmoronamentos que inundaram as casas dos verdadeiros heróis não é muito diferente daquele que é depositado em seu lar e na mente dos seus filhos enquanto você "espia" contribuindo para a imoralidade e falta de valores. Viver na ilusão e não encarar a realidade evitando mudanças é mais cômodo para todos, embora não seja o sensato.